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Você já ouviu falar em BIM (Building Information Modeling)?
Essa metodologia transforma a forma de projetar e construir na arquitetura e engenharia.
Ano após ano, mais empresas adotam o BIM em seus empreendimentos. No Brasil, por exemplo, a proporção de construtoras que utilizam BIM saltou de 9,2% em 2018 para 20,6% em 2024.
Mas o BIM não se resume a criar um modelo 3D bonito na tela do computador.
Na verdade, existem diversas dimensões BIM que ampliam as possibilidades do modelo digital, incorporando informações de tempo, custos, sustentabilidade e muito mais ao projeto.
Se você já ouviu termos como 4D, 5D ou 6D e ficou se perguntando o que significam, fique com a gente!
Neste artigo vamos explicar o que são as dimensões BIM, para que servem, quais são os 7 tipos principais e quando vale a pena utilizá-las.
Vamos lá? Então, boa leitura!
O que é dimensão BIM?
Uma dimensão BIM é, essencialmente, uma camada extra de informação adicionada ao modelo digital do projeto.
Ou seja, o BIM vai muito além da modelagem tridimensional tradicional. Ele integra outras “dimensões” de dados, como tempo, custos, sustentabilidade, segurança e operações, ao modelo virtual.
Dessa forma, todas as etapas do ciclo de vida da construção, do projeto inicial, passando pela obra, até a manutenção pós-obra, podem ser gerenciadas de forma integrada dentro do ambiente BIM.
Em um modelo BIM completo, é possível planejar o cronograma da obra, estimar orçamentos, avaliar desempenho energético e até programar manutenções futuras usando o mesmo modelo 3D.
Cada dimensão BIM representa um tipo de informação vinculado à geometria do projeto.
É importante ressaltar que não existe uma padronização rígida mundial sobre as dimensões BIM. Ou seja, algumas fontes podem listar nomenclaturas ou números diferentes.
Contudo, de maneira geral, o mercado reconhece até 7 dimensões BIM principais (3D, 4D, 5D, 6D e 7D).

Stephannie Serafini
Arquiteta e Analista de Marketing | Blocks®
“As dimensões BIM são importantíssimas para um projeto, porque conseguem transformar um modelo 3D em um painel completo de gestão. Por exemplo, com o 4D conseguimos vincular cada elemento ao cronograma, evitando choques de obra antes de iniciar. Já no 6D, podemos simular o desempenho energético e reduzimos o consumo ainda no projeto. Por outro lado, o 7D consolida dados de manutenção, o que garante uma operação mais barata ao longo da vida útil. Com isso, nosso time ganha previsibilidade, economia e qualidade de forma consistente e transparente.”
Para que serve dimensão BIM?
As dimensões BIM existem para tornar o processo de projeto e construção mais eficiente, assertivo e colaborativo.
Com informações de planejamento, custos, sustentabilidade, entre outros, no modelo, os profissionais conseguem simular digitalmente vários aspectos da obra e antecipar problemas antes que ocorram no mundo real.
Querendo ou não, isso se traduz em menos erros, menos retrabalho, economia de recursos e obras mais bem planejadas.
Ou seja, integrar as diferentes dimensões do BIM contribui para reduzir erros de compatibilidade entre projeto e obra, o que diminui custos e desperdícios de material.
Um estudo feito com processos BIM 4D e 5D, é possível reduzir em até 20% o tempo de planejamento de um projeto, cortar cerca de 15% dos custos de materiais e diminuir em até 30% a probabilidade de atrasos na obra.
De maneira geral, as dimensões BIM servem para melhorar a tomada de decisão em todas as etapas: desde visualizar melhor o design em 3D até gerenciar a manutenção das construções.
Quais são os tipos de dimensão BIM?
Agora que você já sabe para que serve as dimensões BIM, está na hora de conhecer, finalmente, seus tipos.
Atualmente, as principais dimensões BIM reconhecidas são geralmente identificadas por siglas numéricas. Cada número adiciona um tipo de informação ao modelo.
Vamos conhecê-las?
Modelagem tridimensional (3D)

A dimensão 3D é a base de toda a metodologia BIM, representando a construção em três dimensões espaciais (largura, altura e profundidade).
Em outras palavras, o BIM 3D nada mais é do que o modelo digital tridimensional do projeto, contendo todos os elementos construtivos.
As paredes, os pisos, os pilares, as portas e os mobiliários são exemplos de componentes modelados digitalmente em dimensão 3D.
Em resumo, a dimensão 3D do BIM entrega um modelo digital completo da edificação, servindo de base para todas as outras dimensões.
Ela proporciona visualização aprimorada, melhor comunicação entre os envolvidos e já contribui para a redução de erros de projeto graças à possibilidade de verificar o projeto em detalhe no ambiente virtual.
Planejamento (4D)

Muitas vezes chamada de BIM 4D ou simulação 4D, essa dimensão consiste em vincular o modelo tridimensional a informações de cronograma e etapas construtivas.
Em outras palavras, o 4D é o 3D + planejamento do tempo.
Essa integração permite visualizar e gerenciar a linha do tempo da obra junto com o modelo digital, simulando como a construção vai se desenvolver fase a fase.
Na prática, com o BIM 4D conseguimos criar uma espécie de vídeo da obra sendo construída virtualmente, vinculando cada elemento do modelo a atividades e datas.
Em projetos complexos, o 4D BIM se torna valioso para o gerenciamento, proporcionando uma visão 4D da obra, facilitando reuniões de.
Com prazos cada vez mais apertados na construção civil, a dimensão 4D vem ganhando espaço para garantir entregas dentro do prazo e com menos imprevistos.
Não é à toa que órgãos públicos e grandes projetos vêm exigindo simulações 4D em seus processos.
Orçamento (5D)

A dimensão 5D incorpora o aspecto custos ao modelo BIM. Ou seja, BIM 5D = 3D + 4D + informações de orçamento.
Nessa dimensão, cada componente do modelo 3D passa a ter associadas informações de custo financeiro, como preço de material, mão de obra, equipamento, entre outros.
No fluxo 5D, conforme o projeto evolui ou sofre alterações, os dados de orçamento são atualizados em tempo real no modelo.
“Mas afinal, quais as vantagens disso?” Em primeiro lugar, a orçamentação fica muito mais precisa e ágil.
O software BIM pode extrair quantitativos diretamente do modelo e multiplicar pelos custos unitários, gerando estimativas de custo instantâneas.
Então, se o arquiteto decide mudar um revestimento ou ampliar uma sala, o impacto no orçamento aparece automaticamente.
Outra grande utilidade do 5D BIM é a detecção de sobrecustos potenciais.
Vinculando o cronograma (4D) com os custos (5D), é possível ver o fluxo de caixa da obra ao longo do tempo e identificar picos de gasto.
Sustentabilidade (6D)

A dimensão 6D do BIM está relacionada à sustentabilidade e ao desempenho ambiental da construção.
Nessa fase, é integrado ao modelo BIM dados e análises sobre eficiência energética, consumo de recursos e impacto ambiental ao longo do ciclo de vida da construção.
Em outras palavras, o BIM 6D permite simular e otimizar o desempenho sustentável do projeto antes mesmo de ele ser construído.
Com o 6D, é possível realizar análises energéticas diretamente no modelo, como:
- calcular o consumo de energia de uma edificação;
- simular o comportamento térmico (avaliação de isolamentos, sombreamento, iluminação natural);
- estimar o consumo de água, pegada de carbono e outros indicadores de sustentabilidade.
Por exemplo, os projetistas conseguem testar diferentes materiais de fachada no modelo e verificar como cada opção impacta no conforto térmico e no gasto de energia com ar-condicionado.
Além disso, o BIM 6D facilita estratégias de certificação ambiental, como as exigidas por selos verdes do tipo LEED, AQUA, entre outros.
Em suma, a dimensão 6D insere a variável ambiental no BIM, ajudando projetistas e engenheiros a tomar decisões ecologicamente corretas e economicamente eficientes.
Gerenciamento de ativos (7D)

A dimensão 7D estende o BIM para a fase de operação e manutenção da construção, após a conclusão da obra.
Muitas vezes chamada de BIM para FM (Facilities Management), essa dimensão integra ao modelo informações relevantes para gerenciar o ativo construído ao longo de sua vida útil.
No modelo BIM 7D, é criado uma plataforma digital centralizada onde ficam armazenados todos os dados dos sistemas e componentes da construção.
Com essa integração, o proprietário ou facility manager pode planejar manutenções preventivas e corretivas de maneira certeira, utilizando dados históricos e sensores para agendar serviços antes que falhas inesperadas ocorram.
Assim, o BIM 7D viabiliza a manutenção preditiva, detectando falhas e aprimorando a eficiência operacional, o que previne tanto interrupções inesperadas quanto intervenções desnecessárias.
Existem outras dimensões BIM?
Além das dimensões clássicas até 7D, alguns profissionais e literaturas se referem a novas dimensões BIM adicionais. Não há total consenso, mas as mais citadas são:
- Segurança no trabalho (8D): engloba questões de saúde e segurança do canteiro de obras. Ela se integra ao modelo informações sobre planejamento de segurança, identificação de riscos e medidas de prevenção de acidentes. Com o 8D, é possível simular etapas construtivas focando na segurança dos trabalhadores, prever interferências perigosas e garantir conformidade com normas de segurança desde o projeto.
- Construção enxuta (9D): o objetivo do BIM 9D é eliminar desperdícios e aumentar a eficiência dos processos construtivos, integrando metodologias lean ao modelo digital. Por meio dessa dimensão, é possível fazer análises de fluxo de trabalho, mapeamento de valor, identificação de atividades que não agregam valor, tudo isso no ambiente BIM.
- Construção industrializada (10D): é a utilização do BIM voltada para a industrialização e pré-fabricação na construção civil. Esse modelo foca em projetar com componentes modulares e métodos construtivos off-site (fora do canteiro). Geralmente, ele é utilizado para planejar a fabricação automatizada de peças, módulos tridimensionais completos, painéis pré-moldados e outros, que serão depois montados em obra.
Além das citadas acima, algumas fontes chegam a mencionar até “11D”, “12D” e assim por diante, incorporando aspectos como análise de ciclo de vida completo (LCA) ou gestão de ativos urbanos.
O importante é compreender que o BIM está em constante evolução e novas dimensões podem surgir conforme a tecnologia e as necessidades da indústria avançam.
Vale lembrar, porém, que o sucesso do BIM não depende simplesmente de usar o maior número possível de dimensões, e sim de integrar os dados relevantes de forma eficaz e promover a colaboração entre as equipes.
Em outras palavras: de nada adianta ter “10D” se a equipe não está preparada para usar as informações de modo inteligente.
Quando utilizar as dimensões BIM?

Diante de tantas possibilidades, surge a dúvida: afinal, quando devo aplicar cada dimensão do BIM no meu projeto?
A resposta varia conforme a escala do projeto, os objetivos do cliente e a maturidade da equipe em BIM.
Nem todo projeto vai exigir todas as dimensões (e tudo bem!). O importante é usar as dimensões que trazem benefício real para aquela situação.
Em projetos menores ou de baixa complexidade, muitas vezes a modelagem 3D (BIM 3D) já é suficiente para gerar ganhos de compatibilização e visualização.
Então, conforme os projetos aumentam de porte e complexidade, a necessidade de planejamento detalhado cresce.
É aqui que o 4D passa a ser extremamente útil para sequenciar as etapas e evitar conflitos de cronograma.
Se o controle de gastos for um ponto crítico (e quase sempre é!), integrar o 5D trará muito valor.
Já empreendimentos com metas de sustentabilidade (por exemplo, edifícios verdes ou certificações ambientais) vão se beneficiar do 6D, pois conseguirá otimizar o desempenho energético e ambiental já na fase de concepção.
No caso de clientes proprietários que irão operar o edifício a longo prazo, como hospitais, indústrias, redes de lojas ou prédios públicos, é altamente recomendável investir no 7D (manutenção).
Portanto, sempre avalie: quem vai usar o modelo e para quê? Se houver ganhos claros em planejar o tempo, custo, sustentabilidade ou manutenção, essas dimensões adicionais do BIM devem entrar no escopo.
Além disso, também é importante considerar a capacidade da sua equipe e do seu cliente.
A implementação de dimensões avançadas requer software adequado, como o Revit, profissionais capacitados e fluxos de trabalho bem definidos.
Não adianta forçar todas as dimensões se os envolvidos não estiverem preparados ou se o projeto não demandar.
Ou seja, utilize as dimensões BIM quando elas agregarem valor mensurável ao seu projeto.
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Conclusão
Gostou de saber quais são as dimensões BIM? Elas mostram o quão amplo e poderosa a metodologia BIM pode ser.
Entende, conhecer e saber aplicar essas dimensões é, sem dúvida, um diferencial para estudantes e profissionais AEC que desejam ser destaque no mercado.
Mais do que siglas, as dimensões BIM representam uma mudança de mentalidade: é pensar no projeto de forma integrada, colaborativa e baseada em dados sólidos.
Aplicá-las em seu projeto é uma como investir em uma “injeção” de benefícios significativos de produtividade, redução de custos e qualidade do produto final.
Esperamos que este artigo tenha esclarecido cada dimensão do BIM e inspirado você a aprofundar seus conhecimentos na área.
E lembre-se: a tecnologia e as práticas de BIM continuam evoluindo. Então continue estudando e acompanhando as novidades para se manter atualizado! 😉
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